Entre cá e lá
pi
O último
as esperanças se vão, ficam-se as mentiras.
eu não aguento mais suportar o inesperado.
um dia mais um dia castiga-me.
eu não consigo entender o que é necessário.
preciso me distrair.
preciso embriagar-me.
não consigo entrar no rítmo da vida.
as coisas passam devagar como filme lento.
as coisas passam rápido como em velociade.
sem pensar falo algumas coisas,
que perseguem-me até hoje.
no próximo capítulo haverá uma história feliz,
a qual estarei morto, para narrá-la.
não é mais segredo a podridão das almas,
nem a indiferrença das pessoas.
quando percorre-se o mesmo caminho,
não há novidades nos sonhos.
não temos motivos, o que temos são carências.
tudo não é o suficiente.
o que sabemos é futilidade.
a canção do vento é triste.
pessoas vivem vidas áridas, amargas.
a pureza esconde-se, e a certeza esvae-se.
o horizonte motra-se incerto, dúbio.
corro até fadigar a razão.
a estrada é tarefa árdua...
penso em prosseguir,
ou em trilhar um atalho,
até o amanhã...
pi